sábado, 30 de outubro de 2010

Ainda no 1º semestre...










Além das novidades relacionadas à tecnologia, outras aprendizagens das interdisciplinas de DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA I; ESCOLARIZAÇÃO, ESPAÇO E TEMPO NA PERSPECTIVA HISTÓRICA; FUNDAMENTOS DA ALFABETIZAÇÃO e INFÂNCIAS DE 0 A 10 ANOS estiveram integradas neste semestre inicial. Os estudos propostos por cada uma delas levaram-me a relembrar conhecimentos importantes adquiridos no curso de Magistério, além de aprofundar outros, agora sob um novo olhar e à luz das discussões, presenciais ou virtuais, com professores, colegas e tutores. Foi realmente gratificante me certificar, através das atividades propostas, que muitas intervenções realizadas com meus alunos de mais ou menos 2 anos - na época - condiziam com as práticas de letramento recomendadas pelos autores estudados (Magda Soares, Emília Ferreiro, Ana Teberoski, ...)

Apesar de não trabalhar diretamente com alfabetização, as reflexões sobre psicogênese da língua escrita, métodos de alfabetização e letramento motivaram a ampliação dos conteúdos apresentados à turma, especialmente na variedade dos portadores de texto e no estímulo à linguagem oral, em franca ascensão messa fase do desenvolvimento infantil.
Diversas teorias de aprendizagem, divididas em três grandes grupos - o empirismo, o apriorismo e o interacionismo - foram analisadas em atividades escritas e conversas realmente pertinentes. Paralelamente, os conceitos de ID – EGO – SUPEREGO (sendo o ID movido pelo princípio do prazer imediato, o EGO, pelo princípio da realidade e o SUPEREGO, pelo princípio da censura) também me auxiliaram a compreender melhor minhas reações e necessidades, assim como de meus familiares e alunos.
Outro estudo desse semestre foi relativo ao conhecimento de outras realidades - a Escola da Ponte, por exemplo - e suas concepções e práticas inovadoras, desafiando-me a repensar algumas atitudes em sala de aula, como o planejamento de atividades alternativas para os alunos que não dormem durante o período destinado a isso.
E apesar da magia e enorme satisfação encontradas no meu ambiente de trabalho, na Educação Infantil, os densos textos explorados com paixão pela professora Simone Valdete macularam, de certa forma, a linda imagem que eu tinha da educação, ao menos no meu espaço escolar, pois...
"A universalidade e a pretendida eternidade da Escola são pouco mais do que uma ilusão. Os poderosos buscam em épocas remotas e em civilizações prestigiosas [...] a origem das novas instituições que constituem os pilares de sua posição socialmente hegemônica. Desta forma procuram ocultar as funções que as instituições escolares cumprem na nova configuração social, ao mesmo tempo que mascaram seu próprio caráter adventício na cena sócio-política. Este hábil estratagema serve para dotar tais instituições de um caráter inexpugnável, já que são naturalizadas, ao mesmo tempo que a ordem burguesa... (VARELA e ALVAREZ, 1992)

Finalmente, a VISIBILIDADE SOCIAL DA INFÂNCIA E DAS CRIANÇAS, os PARADOXOS DA INFÂNCIA, os FATORES DE HOMOGENEIDADE E DE HETEROGENEIDADE e os DIREITOS E AS CULTURAS DA INFÂNCIA foram outras temáticas do semestre que se encarregaram de relembrar a importância de considerarmos, nos meios familiar e escolar, as principais características das crianças, em suas diferentes fases e regiões, bem como suas reais necessidades e anseios, muitas vezes antagônicos e completamente ignorados pelos seus responsáveis:

"As crianças são importantes e sem importância; espera-se delas que se comportem como crianças mas são criticadas nas suas infantilidades; é suposto que brinquem absorvidamente quando se lhes diz para brincar, mas não se compreende porque não pensam em parar de brincar quando se lhes diz para parar; espera-se que sejam dependentes quando os adultos preferem a dependência, mas deseja-se que tenham um comportamento autônomo; deseja-se que pensem por si próprias, mas são criticadas pelas suas ‘soluções’ originais para os problemas" (cit. in Pollard, 1985: 39 apud PINTO e SARMENTO).
REFERÊNCIAS:
ALVAREZ, Fernando; VARELA, Júlia. A Maquinaria Escolar. Teoria & Educação, 6, 1992. Edição do texto em Word para o PEAD/UFRGS em 10/07/07 por Mara Rosane Noble Tavares.

PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto. As crianças e a infância: definindo conceitos, delimitando o campo. Texto da interdisciplina INFÂNCIAS de 0 a 10 ANOS,
PEAD, UFRGS, 2007.



sábado, 2 de outubro de 2010

As muitas novidades do 1º semestre...

As primeiras aulas do curso, uma espécie de intensivo com as 17 alunas que ingressaram no Pead num segundo vestibular realizado em abril de 2007, se não me falha a memória, trazem à minha mente a clara imagem de um grupo de professores e alunos muito entusiasmados com o futuro. Os assuntos principais – socialização de dados pessoais e profissionais, criação de e-mail, pbwiki e blog, acesso e utilização do ROODA, recomendações sobre a necessidade de empenho nos estudos... – dividiram espaço com brincadeiras e diálogos informais que criaram diferentes vínculos entre o novo grupo que se formava.

As dificuldades que encontrei em compreender os recursos tecnológicos iniciais foram, aos poucos, superadas com o auxílio das colegas ao lado e, através da utilização quase diária do meu primeiro computador adquirido especialmente para os estudos, percebi que as novas tecnologias em questão deixariam de ser um problema para mim em pouquíssimo tempo. A criação de uma planilha com a organização do nosso tempo, a realização de uma pesquisa sobre um educador brasileiro organizada em forma de PowerPoint, a inserção de páginas no pbwiki com diferentes textos descritivos, a visitação aos wikis de colegas e o registro de comentários sobre seu conteúdo, a criação de textos coletivos nos ambientes virtuais, a participação em fóruns (debates), a organização de linhas de tempo, a realização de inventário de aprendizagens e prova escrita foram as principais atividades desenvolvidas nessa primeira etapa do curso. Atividades estas que provocaram minha entrada num mundo ao qual eu resistia até então: o da Informática, onde eu apenas digitava bilhetes e relatórios de avaliação dos meus alunos da Educação Infantil. Depois dessa avalanche de novas possibilidades, descortinadas pela entrada no mundo acadêmico, a aluna, professora, filha, mãe e esposa nunca mais seriam as mesmas...
Assim, considero que meu maior aprendizado nesse semestre foi com relação às tecnologias utilizadas, pois elas possibilitaram construções cada vez mais consistentes
e reflexões pertinentes sobre o meu fazer pedagógico e, principalmente, sobre a minha responsabilidade pelo meu aperfeiçoamento pessoal e profissional com vistas à construção de um mundo melhor para todos!