segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A EDUCAÇÃO ENQUANTO POLÍTICA SOCIAL

Refletir a educação enquanto uma política social, no contexto da sociedade capitalista contemporânea e relacioná-la com o processo de globalização e a redefinição do papel do Estado pareceu, a princípio, uma proposta complexa. O preenchimento do quadro (cristina_conceitosestruturantes1.doc) com conceitos como globalização e neoliberalismo, sem consultas prévias, foi um desafio e tanto!
Todavia, após a leitura - e releituras - do texto
Política pública e gestão da educação em tempos de redefinição do papel do Estado, a redefinição dos conceitos do mesmo quadro (cristina_conceitosestruturantes2.doc) foi possível, tornando mais claros e abrangentes os meus conhecimentos sobre os mesmos.

GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO??????????

A equipe de professores convida-nos a refletir sobre questões de ordem administrativa, financeira e pedagógica que tornam concreto o exercício da autonomia escolar. Os textos indicados na atividade 1, abordam duas dimensões da gestão democrática da educação:

- a primeira diz respeito ao espaço/tempo em que emergiu o princípio de gestão democrática do ensino público na legislação brasileira e como este processo vem sendo incorporado à organização escolar;

- a segunda refere-se à discussão conceitual dos princípios que regem a gestão democrática da educação, abordando o seu contexto histórico e sociopolítico e os conceitos básicos que a norteiam na atualidade, dando base às políticas de organização da gestão dos sistemas de ensino e, principalmente, à gestão da escola pública.

Leituras propostas:

Texto:
A Gestão Democrática como Modelo Institucionalizado de Administração da Educação

Texto:
O Estado moderno: da gestão patrimonialista à gestão democrática

Quadro:
Construção da Gestão Democrática do Ensino Público – contexto histórico

O preenchimento do quadro "Indicadores de Gestão Escolar" (disponível em:
https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/22709/Disciplinas/7012/cristina_gdconceitosproblematizacoes.doc) possibilitou importantes reflexões sobre algumas posturas e/ou situações presentes - ou não -nas nossas escolas.

"A participação política da comunidade escolar e local na gestão da educação deve ser valorizada por todos nós como fruto de um processo de lutas e disputas e exige o compartilhamento das decisões sobre um modelo de educação que permita a emancipação social dos sujeitos tendo como base a democracia participativa.

E isto não é uma tarefa fácil, pois fomos e, por vezes, ainda somos alvo de uma educação autoritária e patrimonialista, tanto no âmbito familiar, quanto no escolar e social, visando a manutenção deste um triste quadro econômico que privilegia a poucos e prejudica a muitos cidadãos brasileiros."

SER PROFESSORA...



Na interdisciplina Escola, Cultura e Sociedade: uma abordagem sociocultural e antropológica, as leituras - tanto obrigatórias, quanto complementares - vêm propondo aproximações com a prática e reflexões sobre a realidade da educação e da sociedade atuais.
A primeira dessas reflexões foi sobre o nosso fazer cotidiano: o que é realmente ser professora? Dialogando com Paulo Freire, relembrando as aproximações com o seu pensamento, pesquisando, retornando aos textos sugeridos, pensei novamente sobre a minha própria formação docente, trazendo exemplos da experiência como professora, destacando os aspectos marcantes na formação do professor e as implicações desta formação no trabalho que hoje desenvolvo com meus alunos e alunas da Educação Infantil.


Destaco alguns trechos desta atividade, disponível em:

https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/22709/Disciplinas/7728/ECS1.doc

“Ser professora e suas implicações históricas”

Embora diferentes na forma de apresentação e no conteúdo propriamente dito, Pedagogia da Autonomia – rebuscado e denso – e Pedagogia da Autonomia – leve e emocionante – refletem o pensamento crítico deste grande educador brasileiro, que chegou a ser exilado por causa de sua filosofia educacional inovadora, em especial a alfabetização como um processo de conscientização e libertação.
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Ao optar exclusivamente pela atuação numa escola de Educação Infantil, libertei-me da “obrigação” de aprovar ou reprovar o aluno no final de um lindo processo de construções, intervenções e descobertas, às vezes considerado insuficiente pelo professor da série seguinte, adepto do ensino “bancário”.
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Movida também pela consciência da precariedade da minha formação inicial, procuro o aprimoramento de minha prática através de leituras constantes, cursos, troca de experiências com colegas e, recentemente, o curso de Pedagogia à Distância, mais compatível com a minha carga horária semanal de 54 horas.
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Quando penso nas implicações de permanecer 10 horas diárias com meus alunos de 2 – 3 anos, fico emocionada e muito preocupada com a responsabilidade que tenho em mãos, afinal, sou um referencial importantíssimo para eles, sob vários aspectos. Conforme Freire, ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo. E confesso que essa compreensão muitas vezes me assusta. Como conscientizar esses pequenos cidadãos do seu direito e do seu dever de mudar o mundo?
Recentemente, a escola promoveu mais uma edição da Mostra de Vivências, uma exposição interativa do trabalho realizado com as turmas do Berçário I até o Nível V. As crianças, as famílias e a comunidade em geral puderam conhecer os projetos desenvolvidos nessa instituição da rede municipal de ensino, explicados pelos próprios alunos. Um exemplo de que na Educação Infantil também é possível pesquisar, criar, construir conhecimentos e, principalmente, idealizar um mundo repleto de sonhos possíveis!
Concluo minhas reflexões com uma frase marcante de Paulo Freire, que considero uma síntese dos meus sonhos como mulher, mãe e educadora:
“Não creio na amorosidade entre mulheres e homens, entre os seres humanos, se não nos tornamos capazes de amar o mundo.”





PROJETOS PEDAGÓGICOS


Há vários anos, utilizo com meus alunos os projetos de ensino, de aprendizagem, de estudo, enfim, acredito que o nome não importe tanto quanto a metodologia empregada. Aprendi a perceber os interesses da turma, mesmo quando ainda não conseguem expressá-los com suas próprias palavras. Suas curiosidades, dúvidas, necessidades e conflitos, quando bem explorados e direcionados, promovem uma motivação que, muitas vezes, contagia familiares, professores e colegas de outras turmas.

A busca, a pesquisa, o levantamento de hipóteses e a sua comprovação – ou não – são aspectos que podem ser contemplados num projeto pedagógico em qualquer turma da Educação Infantil, em diferentes níveis, é claro.

Pessoalmente, acredito que esse tipo de abordagem exige muito mais do professor, pois:
- precisa estimular os alunos para caminhar de uma forma mais “livre”, que pode gerar maior movimentação, confundida por muitos como “falta de domínio” da turma;
- deve buscar a pesquisa para aprofundar os próprios conhecimentos sobre os assuntos inusitados que, geralmente, são abordados no estudo;
- necessita do apoio dos diversos segmentos da família e da escola – direção, coordenação... – para qualificar e dar credibilidade ao seu projeto;
- incentiva a vivência de valores e posturas aos quais os alunos, muitas vezes, não estão habituados, mas que, a médio ou longo prazo, fazem a diferença!

Os trabalhos em grupo desenvolvidos no Pead, assim como aqueles utilizados em nossas salas de aula, são igualmente desafiadores para nós, alunos-professores, por exigirem posturas a que não estamos habituados, como respeitar a opinião e o tempo do outro, valorizar a produção alheia, aceitar diferentes pontos de vista, mesmo que sejam opostos aos nossos. Às vezes, temos que controlar a ansiedade, o egoísmo, o perfeccionismo e aprender, na idade adulta, o que nossos alunos têm a oportunidade de vivenciar na infância, construindo com solidez , mas de forma lúdica e prazerosa, os importantes conteúdos curriculares selecionados em conjunto pela turma toda.

Iniciando os estudos sobre a vida adulta

Os estudos da interdisciplina começaram com a elaboração de um pequeno texto sobre a vida adulta, considerando: o que é ser adulto; quais as características do adulto; quando uma pessoa se torna adulta; quais são os desafios da vida adulta e - o mais interessante, a meu ver - como o adulto aprende. Em seguida, fomos desafiados a pensar sobre nossa própria vida e sobre os adultos que nos rodeiam para construir um quadro, identificando o maior número possível de comportamentos das diversas fases da vida adulta descritas por Erikson. Procurando contemplar os diferentes aspectos solicitados, a elaboração do quadro demandou um bom tempo de pesquisa e, conseqüentemente, resultou em importantes aprendizagens.
A seguir, o link para o webfolio da interdisciplina, onde postamos o quadro de fases da vida adulta, segundo Erikson:

https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/22709/Disciplinas/7016/quadrodefasescristina.doc